segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Google deixará de rastrear usuários em navegadores

Fonte: www.tiinside.com.br


O Google se juntou a um grupo de empresas de internet e concordou em inserir uma função em navegadores que permite ao usuário bloquear o rastreamento de suas preferências de navegação, informa o The Wall Street Journal. A adesão conjunta à Aliança de Anunciantes Digitais (Digital Advertising Alliance), organização que representa cerca de 400 companhias, é um marco na internet, pois indústria vinha rejeitando a proposta há alguns anos.

A adesão será feita por meio de um botão nos navegadores, chamado “do not track” (não me rastreie, em inglês). A medida se antecipa uma lei em discussão no Congresso Nacional dos Estados Unidos, denominada Privacy Bill of Rights, cuja intenção é regular o controle de dados pessoais na rede mundial de computadores.

O Google e os membros da Aliança de Anunciantes Digitais concordaram em parar de monitorar os hábitos de navegação para oferecer anúncios customizados de acordo com o perfil de usuário. Eles também não serão usados para realização de propostas de cartões de crédito, seguro e vagas de emprego.

A nova medida não altera outros atributos de navegação na internet. As informações coletadas ainda podem ser utilizadas para pesquisas de mercado e desenvolvimento de produtos. Além disso, sob ordem judicial, o material monitorado também pode ser divulgado. Isso não muda também a política de anúncios do Facebook, baseada nas preferências determinadas voluntariamente pelo usuário ao clicar no botão curtir dentro da rede.

No ano passado, a Fundação Mozilla, responsável pelo navegador Firefox, já havia adicionado uma função que permite aos usuários desativar o monitoramento de seus dados. Logo depois, a Microsoft aderiu à medida em seu navegador, Internet Explorer. A adesão do Google e de outras empresas é um passo importante porque os dados continuavam a ser monitorados, já que anunciantes não concordaram com a medida, válida apenas para detentores dos navegadores até então. A funcionalidade será colocada em prática até o fim do ano.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que ótimo!!! Agora, o intrigante é que esta noticia não deveria ser recepcionada como uma conquista e um avanço tão esperado, mas sim como algo que já deveria ter ocorrido há muito tempo. É interessante, como certas questões relacionadas à privacidade na internet são tidas como situações normais que são ivenciadas por um usuário. Tal monitoramento não deveria nem ter iniciado! Já imaginou se todos os meios de comunicação em massa resolvessem monitorar os nossos gostos, a fim de observar um cliente em potencial para as diversas empresas no mercado? Não se trata pelo menos para mim, simplesmente de um jogo de marketing empresarial, mas, sim, de uma grave inversão de valores em que a sociedade globalizada/cibernética encontra-se em seu cenário atual.
Embora, sejamos espectadores de um acelerado desenvolvimento tecnológico e por que não admitir que muitos de nós somos escravos dessas tecnologias ( que nos propicia confortos inumeráveis ), não podemos ser em contrapartida inertes, omissos quanto ao patamar em que os nossos direitos fundamentais, dentre eles, a privacidade, encontram-se perante o fascinante mundo cibernético.
De fato, não posso negar que para a nossa realidade foi ótimo e um avanço. Entretanto, é forçoso destacar que em meados de 2008 em um estudo científico- acadêmico que realizei referente ao direito à privacidade na internet, umas das coisas que mais mim incomodaram foi os diversos mecanismos de monitoramento de informações que os usuários estão propícios, e o interessante é que, só agora 4 anos depois, é que eu realmente vejo uma postura concreta em relação a esse assunto, o que só corrobora para o entendimento que o direito, bem como nós juristas ainda temos que “correr” muito para alcançar essas tecnologias da informação.
Neste sentido, é de suma importância que advogados como você, Paloma, que se preocupam e possuem o conhecimento prático e científico desta nossa realidade, nos mantenha em contato, informados de todos esses acontecimentos que nos circunda.
Adorei a reportagem e aproveito para elogiar também o blog que é de grande valia para todos que possuem uma afinidade com esta seara do direito!
Atenciosamente,
Camila Fonseca.

Paloma Mendes disse...

Concordo com suas palavras Camila. O que nos resta é a atualização do judiciário e seus operadores para que acompanhem essa explosão da tecnologia da informação.

Deixo como sugestão a leitura da notícia que está no site no escritório (www.linsmendesesaldanha.adv.br) sobre o novo código civil em relação ao processo eletrônico, bem como um post antigo aqui do blog sobre a Lei Azeredo que estava esquecida (enquanto projeto), mas agora voltou com força total por causa dos projetos de lei americanos SOPA e PIPA.

No mais, agradeço os elogios e espero continuar agradando! O blog foi feito para cumprir esse objetivo: informar! :)

Abraço!

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